sábado, dezembro 31, 2011
sábado, dezembro 17, 2011
Operação Coração
Cá está a prova, a cores e tudo. |
Este tema é um bocado tabu nos dias que correm, ou não estivéssemos todos a viver um momento de Operação Coração forçada em nome de Portugal. Recuemos então no tempo.
Passado pouco tempo, Vale e Azevedo assumiria os destinos da nau encarnada. E então assistiu-se ao terceiro capítulo desta saga, com um pedido para doarem dinheiro ao Benfica. Porquê? Porque sim. Vale e Azevedo era um tipo pragmático. Não é preciso uma razão. Os motivos não interessam. Se quiserem mesmo saber, era tudo que estava contra o Benfica: a FPF, o Governo, os grandes interesses estrangeiros, a ONU, os números do Totoloto, até a UNICEF, se for preciso. O que quiserem. Abriu uma conta, deu o NIB e disse “agora despejem para aqui, sff”. Não há cá operações, nem partes corporais, nem títulos, nem nada: apenas um bolso aberto e uma conta pronta a receber. Podem conferir aqui este apelo.
segunda-feira, dezembro 12, 2011
Élio Bruno Teixeira Martins
Uma brilhante faísca de genialidade ou uma apagada centelha de ineptude.
Qual escolherias?
Certamente a primeira, sem quaisquer reservas.
Põe-te na pele de um jovem de 25 anos assolado pelo pútrido fantasma da calvície precoce. Nasceste no Machico com sonhos afogados pelo Oceano Atlântico - o horizonte lá longe, no Continente. Um pote de ouro no final de um Arco-Íris interminável. Atravessaste a ciclópica mancha de água a nado, numa demonstração de inabalável força interior e assinalável potência braçal. Afinal, era esse o teu Destino. A tua salvação.
À Beira-Mar deste à costa, com as Chaves do sucesso na tua trémula mão direita. A fechadura mostrou-se inviolável. Guardaste a chave no bolso da esperança, mas não regressaste a nado ao Machico. Nem por um segundo duvidaste de ti mesmo. Procuraste a felicidade no destino comum a outros tantos compatriotas - Chipre, a nova Paris dos anos 70.
Porém, a salamandra do sucesso continuava a escorregar-te por entre os dedos - fria, húmida, fugidia. Esconde-se em qualquer falha do Muro das Lamentações, por mais pequena que esta possa ser. Porém tu, pleno de tikvá na alma, não te deixaste atemorizar. A tua crença carrega-te às costas, e sabes que um dia serás tu mesmo a carregar às costas a crença de milhares - quiçá milhões.
Por isso não desistes.
Regressas ao Continente Luso, com Chipre no retrovisor do cargueiro. Sem salpicos de dúvida ou arrependimento atravessas o crispado mar do insucesso.
Avistas de novo Beira-Mar.
"Desta será de vez!" apregoas de peito cheio.
Forças a entrada no palco maior do teu métier.
As coisas não correm pelo melhor, mas tu lutas, e lutas. Não desistirás nunca, porque o sucesso é uma inevitabilidade.
Até que chega o momento pelo qual sempre esperaste:
Aqui, agora, neste segundo, o Mundo abre-se perante ti.
Deus abre os portões da Imortalidade e estende-te um presente com ambas as mãos. De laçarote enfeitado.
É aquilo com que sempre sonhaste.
Noventa e quatro minutos e trinta segundos ficaram para trás - pela frente está o invicto Campeão Nacional, player de elite nas lides Internacionais. Condecorado, medalhado, poderoso, orgulhoso, forte e arrogante.
Mas naquela ocasião, inesperadamente, o Campeão tropeça.
Cambaleia.
Prepara-se para a queda, posiciona-se para a desgraça.
Só precisa de um pequeno - ínfimo, quase ridículo - empurrão.
É Golias à mercê de David. Naquele segundo apenas, naquele instante, tão inesperado quanto chocante.
E só tu o podes empurrar.
Sempre soubeste que o momento iria chegar um dia.
Os olhos do Mundo estão colados em ti. Carregas às costas a crença de milhões, contra a esperança de outros tantos.
O Universo dividido em dois. Desta vez não há Bem, nem Mal. Só tu David, e um Golias prestes a imortalizar-te como Herói - ou Mártir.
Posicionas-te, olhas o destino nos olhos e vês a sua face medonha desafiando-te num esgar malévolo.
É agora.
Atemorizas-te ou brilhas como uma supernova que escolheu deixar toda a sua vida para trás, dedicando-a por inteiro a um instante apenas - para cintilar como nunca ninguém antes cintilara?
O momento é teu, AGARRA-O!!
...
... e falhaste.
Ajoelhas-te no relvado carregado de chuva, compondo com dolorosa perfeição uma trágica tela de decepção.
Mãos trémulas cobrem-te o rosto de vergonha.
A chuva, indiferente ao cenário, banha-te a prematura calvície com lágrimas cósmicas de uma estória repetida.
Deus deu-te a hipótese de escrever um triunfante epílogo para a tua própria existência.
sexta-feira, novembro 18, 2011
Ironias do Destino
domingo, novembro 13, 2011
Diferentes Similitudes
sábado, outubro 08, 2011
Pelo Trocadilho Fresquinho
domingo, agosto 28, 2011
One Hit Wonders - Tomo II
No post anterior, introduzimos carinhosamente a nova rubrica "One Hit Wonders" da mesma forma que o Sporting de Lisboa introduz reforços na equipa: à trolha, à pressa, atabalhoadamente e sem sucesso.
Não, a sério, até ficou giro.
Passemos então à segunda tentativa de enfiar a cultura musical dos 80's a martelo neste espaço boçal de insalubridade: todos a bordo do Paquete Playlist - esperemos por uma viagem agitada à medida que sulcamos as águas do Oceano Cromático.
Girando freneticamente em círculos na proa, o grumete Zé Bala.
Nome de guerra: José Dominguez
Comparação: MC Hammer – “Can’t Touch This”
Uma das regras-base para uma boa mixtape é abrir em grande estilo, com ritmos frenéticos e um “hook” repetitivo. O Zé tinha tudo isso: estilo não lhe faltava, o ritmo nunca abrandava, e habilmente rimava. Porém, a finalidade do seu chinfrim era certamente duvidosa, tal como um livre do Pedrosa.
Style over substance, diziam eles. Reflexo da década da decadência. Do mesmo mal vivia MC Hammer. O calendário marcava 1990, mas a sua masterpiece berrava 1985 do alto de um falso pedestal “pop” esculpido a pés de barro e MTV awards. Um anacronismo em reverso. Um Bobo da corte glorificado com calças de Aladino, adorno capilar topo de gama, qual cereja no topo de um bolo comido e ferozmente cuspido um ano mais tarde por Kurt Cobain, Eddie Vedder, Layne Staley e restantes companheiros. Pragmatismo acima de tudo! Céu cinza e chuva de Seattle a cobrir almas pensativas de sobrancelha grave e sobrolho pesado.
O nosso MC não resistiu a esta mudança de atitude. Cedo rastejou pelas sarjetas da vida, recolhendo pedaços nojentos daquilo que outrora fora considerada uma carreira triunfante. O seu futuro seria traçado a tons de passado, um lembrete constante dos excessos de azeite de anos transactos…tal como Zé Bala, ícone fugaz de uma geração bolística ávida de criatividade e da vertiginosa velocidade de uma espiral que não acaba nunca. Ou pelo menos, nunca acaba em nada de jeito. Zé Bala fugazmente brilhou, apagou e partiu para nunca mais voltar. Algures encontrar-se-á com MC Hammer, e com um copito de Champomy de permeio, recordarão momentos fugidios de glórias vãs.
sábado, agosto 20, 2011
One Hit Wonders - Tomo I
Não obstante, o conceito de “One Hit Wonder” poderá ser de igual forma adaptado ao nosso tema favorito: a estomatologia.
E ao futebol também.
Deixemos então a estomatologia por um segundo (guardem os livros, por favor) e concentremo-nos no casamento perfeito entre One Hit Wonders dos anos 80 e a Bola Lusitana.
Ao jeito daquelas K7’s de compilações que fazíamos no secundário para impingir às miúdas que queríamos sacar, embarquemos então a bordo do Paquete Playlist, e esperemos por uma viagem agitada à medida que sulcamos as águas do Oceano Cromático.
- 1º Candidato:
Sorvendo um suco de acerola no porão, o primeiro imediato Bena.
Comparação: Cutting Crew - “(I Just) Died in Your Arms Tonight”
I keep looking for something I can't get
Broken hearts lie all around me
And I don't see an easy way to get out of this
(…)
The curtains are closed, the cats in the cradle
Who would've thought that a boy like me could come to this
Oh I, I just died in your arms tonight
Solitário, Selim limpa penosamente as lágrimas do rosto enquanto observa o relvado de expressão vazia cobrindo o olhar. Distante e penosamente ausente, qual last man standing numa batalha repleta de casualidades sangrentas. Corpos inanimados espalhados pelo relvado, entoando um requiem silencioso ao Vitória caído.
Emoldurando o deprimente cenário, um Coliseu de almas dilaceradas exige sangue. Uma amálgama de urros desesperados e lágrimas que queimam o próprio esqueleto do anfiteatro – e o espírito dos fundadores da Nação – encima os céus do Burgo, berço de um Império outrora orgulhoso.
Selim sabe que não há ponto de retorno. Não existe uma saída airosa, uma luz ao fundo do túnel. As luzes apagam-se, a cortina corre – final do 3º acto. Olá à 2ª Liga.
E Bena, alvo Cavaleiro da ordem de Vimaranes, desce finalmente de seu branco corcel, desembainha a espada e deixa-a cair numa poça de sangue. Todo o esforço fora em vão. O garboso Tunisino e seu fiel escudeiro Saganowski falharam.
Os Mouros – na pessoa colectiva do Estrela da Porcalhota – haviam conquistado o castelo de Guimarães e confirmado o inevitável: a Cruzada falhara e o tempo de Conquistas fora impiedosamente decapitado. Um golpe certeiro do agora Khazariano Semedo abalara o próprio solo onde Portugal um dia ousara ser Portugal.
E agora? Benachour só aqui sabia ser feliz. O seu passado tinha sido vazio de significado até chegar ao Minho. O futuro? Uma incógnita.
O Vitória, paixão-símbolo de uma Vida, chamamento finalmente descoberto, era finito.
Seguir-se-iam anos de exílio forçado, sem qualquer centelha de alegria ou sucesso.
Oh I, I just died in your arms tonight
sexta-feira, maio 27, 2011
Boavistão 2007-2008
Pobre Boavista... Poor GoodView..!!
Será então altura de lembrar que a última aparição do Boavista nos palcos da glória mostram um plantel.. completamente de loucos ..!!
Peter Jehle - Liechenstein - Um redes titular da pior selecção da Europa..!
Luciano Rissutt - Brasil - Defesa Central que passou completamente despercebido e joga agora no Ituano
Bryan Angulo - Colombia - Grande promessa de lateral esquerdo... mas que nem no Leixões despontou!
Marcelão!! - Grande Marcelão!! O homem dos tiros á entrada da área. Joga agora no Anápolis, do Brááásiuuuuu!!
Oladapo Olufemi! - Nigeriano, vindo do Anderlecht... mas que agora joga no Start, da Noruega..! e será que joga sempre de Start ou entra só no End?
Milan Gajic - Médio que está agora no Zurich e passou no Napredak da Eslovénia
Milos Bosancic - Nada a dizer! Um grande cromo sem dúvida... Passou entretanto pelo Cuckaricki e Slovan Liberec.
Hussain Yasser . Vindo do Qatar, prometia muito...mas nem nos lembramos bem dele..! Mesmo assim, Zamalek e Al-Ahly, nao é nada mau!
Rafal Grzelak - Se calhar o nome mais sonante deste grupo. Polaco, estilo frio e de leste.. uns pés de ouro.. mas pouco mais. Mesmo assim andou por Steaua Bucareste, Xanthi e Lodz
Obi Charles - Nigeriano , possante, prometia ser um novo Yekini? Ye...que nao mesmo?! Entretanto passou por DOxa, Flamurtari, Suduroy e Yangon United. Mas que grande Curriculum. Vale a pena acompanhar... talvez para o ano esteja no Yjikolu da Malásia do Sul... ou o catano!
Samy Bangoura - o jogador com mais Curriculum antes do Boavista.., mas que depois também se eclipsou! Cadiz, Panserraikos e Smouha do Egipto foram os destinos seguintes!
E aqui ficam algumas das fronhas! podem jogar ao "Quem é quem?"
O que faz Jaime Pacheco aos jogadores, meu deus..
E sim, isto foi uma equipa do BOAVISTA... como é possível perguntam voces? Pois é...dói mas é verdade.
domingo, maio 08, 2011
Entre Duas Terras
sábado, abril 23, 2011
O "Efeito Guano Apes" em Santo Tirso
No princípio foi a fascinação do reencontro, o relembrar de memórias já recalcadas no armazém cerebral, relegadas para um canto forrado a teias de aranha, numa das poucas prateleiras não ocupadas com futebol, cerveja e fêmeas.
Depois, dei-me lentamente conta que afinal aquilo não era tão bom quanto isso. Pior, à medida que as faixas iam avançando, percebi que cada uma era mais básica e fraquinha que a anterior. Que as letras caminhavam inseguras em bicos de pés pela fronteira tripartida entre o infantil, o absurdo e a comédia não intencional.
...suponho que o avançar dos anos nos faça glorificar inconscientemente coisas que para nós tenham tido alguma relevância no passado - o que significa que no futuro acabaremos por ficar desapontados quando nos deparamos novamente com elas.
Bolísticamente falando, é possível que afinal a minha memória seja toldada pela tal glorificação do passado quando digo no café que o Caccioli fez uma média de quarenta e duas venenosas assistências/ano para golos de contra-golpe do Mangonga nas treze épocas que partilharam o relvado do Adelino Ribeiro Novo. Porém, folheando os Cadernos da Bola, vejo que apenas coçaram as respectivas partes baixas no mesmo balneário durante três épocas, de 92 a 95. E o Makopoloka Mangonga nunca marcou mais de sete golos num ano.
Oh well...chamemos-lhe o Efeito Guano Apes, ou "a memória da minha adolescência acabou de ruir como um castelo de cartas ao qual foi ateado fogo durante um terramoto de 9.2 na escala de Rochemback, seguido de um tsunami, a Júlia Pinheiro aos berros num megafone e uma queda de meteoros".
E com isto pusemos o Carlos Martins a chorar de novo. Calma, rapaz. Respira fundo que isso passa.
Mas o melhor exemplo da aplicação do "Efeito Guano Apes" na minha memória boleira nem é a proficuidade (ou falta dela) do Caccioli no que respeita ao destrocar de acintosos passes para golo.
Quando me perguntam por Santo Tirso, normalmente respondo algo incoerente que inclua os termos "jesuítas", "gajos com demasiado gel no cabelo", "doçaria conventual", "crianças de 8 anos a coser sapatos", "Lamborghinis" e "o grande Tirsense dos anos 90".
Posteriormente, começo a debitar informação mais ou menos fidedigna relacionada com esse período histórico da colectividade nortenha, enquanto me babo, imito expressões faciais do Paredão, esbracejo furiosamente, festejo golos do Marcelo através de mímica e faço o pino três ou quatro vezes. Sou um fã.*
Porém, olhando com frieza para trás, vejo que as três qualificações Europeias (quartos-de-final da Liga dos Campeões inclusivé), o 3º lugar em 1996, as duas Taças de Portugal, a presença do Caetano num torneio vencido pela Selecção Nacional**, e os 8-0 em Alvalade nunca aconteceram.
OK, uma delas aconteceu, mas as outras são pura ficção.
Será que o Tirsense nunca foi tão bom quanto o pintei na minha distorcida mente?
Será que foi tudo um lindo sonho?
Será que estamos perante o temido "Efeito Guano Apes"?
Sim. (pára de chorar, Martins. Cacete.)
Na verdade, durante os 90's, os Jesuítas Negros estiveram apenas cinco anos no escalão principal, tendo sido relegados à 2ª Divisão de Honra em três deles (16º em 90/91 e 92/93, e 18º [!!] em 95/96). Verifico dolorosamente que nunca passaram do 8º posto (94/95), e que Caetano nunca foi o melhor marcador da 1ª Divisão (1934 - presente).
Uma merda, é o que é.
Porém, em Honra da minha memória daquilo que nunca foi o FC Tirsense, 'bora escarnecer e zombar de meia-dúzia de cromos.
...e falta este cromo, que todos reconhecem do Farense. Mas o que faz ele em Santo Tirso?
sábado, março 26, 2011
Zeferino Boal - Boals of Fire
1903 - Zeferino Boal nasce no dia 31 de Fevereiro. Até hoje, o único Homem a conseguir tal feito.
1904 - Participa na fase final das obras do Metropolitano de Nova Iorque, tendo sido até convidado a proferir o discurso de inauguração do mesmo (em sete idiomas diferentes). Como Zeferino tinha apenas um ano de idade, é Pedro Roma que o segura ao colo enquanto o petiz boaliza o texto perante uma plateia deliciada. Ficou célebre o par de frases "Quero que o Metro seja um ponto de encontro entre raças, credos, culturas e povos - um local de expressão para o melting pot nova-iorquino. Só peço uma coisa: que aqui nunca se espalhem cinzas de defuntos ex-cronistas assassinados com laptops e saca-rolhas devido a relações homossexuais mal resolvidas." A plateia riu-se com gosto, até porque ninguém tinha ouvido falar de laptops e homossexuais até então. "Silly kid", disseram eles embevecidos.
1908 - Pu Yi, então com dois anos de idade, ascende ao trono Chinês, tornando-se no mais jovem Imperador da História do País. Zeferino Boal perde as eleições para Pu Yi por dois votos apenas.
Porém, já que não regressa a Portugal com o título de Imperador, adquire os futuros direitos desportivos dos fetos dos progenitores daquilo que viriam a ser os futebolistas Wang Gang e Dong Fangzhuo. Oitenta anos volvidos irá escrever, realizar e produzir o filme "O Último Imperador", baseado nesta fase da sua vida. Perdeu o papel principal do seu próprio filme para Christian Bale por um simples voto.
1912 - Assume o comando do navio Titanic, chocando contra um iceberg, com os efeitos que se conhecem. Foi ilibado do desastre por ter apenas nove anos e não conseguir sequer chegar ao leme. Na viagem conhece o jovem defesa-central Idalécio, que lhe tentou vender uma loção para esconder cabelos grisalhos e acabou ligado a um fundo de investimento russo por 47 anos. Um contrato recorde na altura.
Oitenta e seis anos volvidos irá escrever, realizar e produzir o filme "Titanic", baseado nesta fase da sua vida. Perdeu o papel principal do seu próprio filme para Leo Di Caprio por três miseráveis votos.
1914 - Causa o despoletar da Primeira Guerra Mundial, ao assassinar involuntariamente o arquiduque Francisco Ferdinando quando tentava adquirir de forma demasiado agressiva os contratos de Péter Lipcsei e Ákos Buzsáky, então na pertença de Ferdinando. Absolvido por meio voto.
1919 - Dá por terminada a Primeira Guerra Mundial, assinando o Tratado de Versalhes por pensar que se tratava da transferência de Prokopenko para o Santa Clara.
1922 - Realiza a primeira travessia aérea do Atlântico Sul na companhia de Jesus Cristo, aquando da inédita tentativa de ir buscar um contentor de jogadores ao Brasil, onde conheceu os avós de Dinda, o pé-canhão.
Esta efeméride é erradamente atribuída à coragem e destreza de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, dado que os brasileiros acharam que o nome "Zeferino Boal" era demasiado ridículo - até para eles - e que ninguém iria acreditar na participação activa de Jesus Cristo.
1929 - É o causador da Grande Depressão, despoletando a Quinta-Feira Negra ao tentar vender em massa acções do Sport Lisboa e Benfica não cotadas em bolsa. Umas décadas mais tarde, Manuela Ferreira Leite inspirar-se ia nesta boalização bolsista para salvar o mesmo clube da extinção prematura.
1933 - Candidata-se a Chanceler alemão, perdendo para Adolf Hitler na moeda ao ar. Boal arrepende-se de ter escolhido "coroa", mas não conseguia pronunciar a palavra "cara" desde que vira a do Nito numa caderneta.
1935 - É parteiro no nascimento de Pedro Mantorras.
1937 - Torna-se na figura-chave da invasão japonesa à China, na tentativa de surripiar "o melhor jogador chinês da actualidade. Porquê? Porque vai vir todas as semanas charters de 400 ou 500 pessoas, tendo comissão de hotéis, restaurantes e museus. Vou abrir um departamento só para este jogador chinês." Zeferino nunca se arrependeu deste acto. O tal chinês, sim. Os japoneses também.
1941 - Parte numa aventura para descobrir o Santo Graal, conseguindo roubá-lo das garras Nazis, após uma série de peripécias pelo Mundo fora.
Quarenta e tal anos volvidos irá escrever, realizar e produzir o filme "Indiana Jones e a Última Cruzada", baseado nesta fase da sua vida. Perdeu o papel principal do seu próprio filme para Harrison Ford por um simples voto.
1945 - Assina a sentença de morte da Segunda Guerra Mundial, ao assassinar involuntariamente Adolf Hitler quando procurava adquirir de forma demasiado agressiva o contrato de Michael Kimmel, então na pertença do líder Nazi. Absolvido por 1/4 de voto e condecorado por 72 Nações diferentes, com a medalha de "Melhor Pessoa de Todo o Sempre".
1948 - Funda o Estado de Israel na tentativa de fazer uma mega-academia para talentos futebolísticos, porque sempre foi da opinião que "os judeus dão excelentes desportistas". Foi gozado durante várias décadas à pala desta afirmação.
1951 - Inventa a televisão a cores, porque está farto de tentar distinguir as cores dos equipamentos durante as transmissões de futebol.
1955 - Numa viagem aos Estados Unidos, obriga violentamente uma mulher chamada Rosa Parks a sentar-se na parte errada ao autocarro, pois sempre gostou mais dos lugares junto à janela, para poder assobiar às moças bonitas.
1957 - Funda a RTP1, dado ser da opinião que o País "merece ter 15 minutos de Boal todos os dias". Infelizmente, não conseguiu ter o seu próprio programa na TV que acabara de fundar - perdeu esse direito por dois votos.
1960 - Constrói sozinho e de raíz a cidade de Brasília em três dias apenas. Foi-lhe oferecido o cargo de Presidente Brasileiro, mas é expulso cinco minutos depois, por tentar obrigar toda a população masculina a assinar contratos desportivos não remunerados.
1965 - Assume toda a responsabilidade pela Beatlemania, confessando à BBC que todo o reportório dos Fab Four teria sido escrito por ele, e que o nome original da banda seria "Big Boals". Lennon e McCartney limitaram-se a dizer que o homem tinha um nome ridículo, enquanto admitiam essa possibilidade entredentes. Ringo Starr não sabia onde estava.
1968 - Prepara-se para uma reunião com representantes de um fundo de investimento polinésio no forte de Sto. António no Estoril, quando puxa desajeitadamente uma cadeira para se sentar. Atrás de si, cai um velhote desamparado.
1969 - É o primeiro homem a pisar a Lua, numa expedição interplanetária para descobrir jogadores baratinhos. Na viagem de regresso, Neil Armstrong convence-o a não contar a verdade à imprensa, tendo em conta que as frases "Boal's on the Moon!" ou "I'm watching Boal's landing on TV" se traduzem bastante mal na lingua inglesa.
1974 - Indignado com o preço do papel higiénico, pega na chaimite do irmão e vem para a rua protestar. Milhares de pessoas vão atrás dele. Cai a ditadura.
1974 a 1976 - Perde várias eleições em Portugal, todas elas por quatro votos ou menos.
1981 - Inventa o primeiro Computador Pessoal, por estar cansado de pagar balúrdios em revistas importadas da Malásia para ver conteúdos porno envolvendo anões asiáticos, mexilhões e chuteiras da Lacatoni.
1984 - Arranca uma costela a sangue frio e oferece-a a Deus para Este criar o Ser Perfeito: A 22 de Março, nasce Saïdou Madi Panandétiguiri.
1986 - Durante uma visita a Chernobyl tendo em vista a contratação de Djoincevic, Milovac e Barnjak a um fundo de investimento da Amazónia Oriental, come demasiado feijão com farofa e causa um desastre nuclear que nos anos vindouros nos viria a oferecer Petar Krpan.
1989 - Decide derrubar o Muro de Berlim com o intuito de arranjar uma boa justificação para trazer David Hasselhoff à Europa para dar um grande concerto - com sucesso. De seguida, perde as primeiras eleições da Alemanha Unificada por um voto apenas: o Kimmel vingou-se da trapalhada de 1945 e não foi votar à escola do filho.
1991 - Começa a usar camisas de flanela, porque são quentinhas. Estima-se que 342 biliões de adolescentes tenham seguido as suas pisadas.
1994 - Constrói o túnel do Canal da Mancha apenas com a mão esquerda e um palito de madeira em 24 minutos. Recusa o estatuto oficial de "Sir God" por respeito ao seu Papá, Deus. Perde também a oportunidade de ver o seu trabalho reconhecido, pois "Boal's Tunnel" poderia ter uma conotação desagradável em Inglaterra.
1999/2000 - Decide acabar com o Milénio. Ninguém se opõe.